quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Crise, criatividade e adaptação!

Ontem em Recife precisei pegar dois táxis para ir a uma reunião em um hotel na praia de Boa Viagem. Além da descoberta de que a crise chegou também para os táxistas, mesmo em uma cidade e região onde o turismo e os negócios são fortes movimentadores da economia, encontrei ali inspiração de como trabalhar em tempos de crise. O taxi da ida eu chamei através do aplicativo Easy Taxi, simplesmente abri o aplicativo e cliquei num botão enorme já na tela inicial com o rótulo "Pedir Taxi". Então o aplicativo fez uma busca na região por taxistas usando o aplicativo e rapidamente me veio a mensagem: Josivan Santos em um Cobalt placa PGB-1283, telefone (81)XXX-0000 está a 2 minutos de você. E então um mapa foi apresentado no meu celular onde eu via a minha localização e o carro dele chegando até o meu ponto plotado no mapa. Claro, o GPS do celular tem que estar ligado. Até aí, nenhuma novidade para os usuários de aplicativos de Taxi; mas peguntei ao Josivan como estava o mercado de corridas e ele me reportou que caiu 30 % quando comparado ao mesmo período de 2014. Na sequência perguntei se ele gostava dos aplicativos de celular e ele disse que 80% das suas corridas estavam vindo através do aplicativo. Que o seu ponto de taxi em um hotel de Boa Viagem era mais um apoio do que o único meio de pegar corridas. Visto que ao finalizar uma corrida, na volta para o ponto de apoio, o aplicativo já mostrava outra corida e ele clicava em "Aceitar Corrida" no aplicativo. Sempre economizando a viagem de volta e ainda, não precisava cumprir a fila no ponto de taxi do hotel. Ele reportou ainda que não é mais comum ver pessoas acenando no meio da pista para parar um táxi. Bom... Ao final da corrida pedi um recibo e ele simplesmente imprimiu em uma impressora pouco maior que uma caixa de fósforo, um recibo com os dados dele e da corrida. A impressora é ligada ao taxímetro. Tudo que ele precisa fazer é apertar um botão. Da mesma reunião peguei um táxi para ir do hotel ao aeroporto, mas como vi alguns táxis parados na frente do hotel, simplesmente peguei o primeiro. Um Siena sujo por dentro e sem conforto. Fiz as mesmas perguntas ao taxista e ele me disse que não estava nem conseguindo pagar as contas. Que as viagens diminuíram muito (não sabe especificar percentual ). Perguntei então se ele usava algum aplicativo e ele me disse que num gosta "dessas coisas de celular pregado no painel do carro não. Meu negócio é o boca a boca." - Como!? Bom... Ao pedir o recibo ele me tomou mais 5 minutos parados dentro do carro preenchendo os dados e valores em um papel de recibo. Diferenças: O primeiro taxista está encontrando meios de trabalhar na crise e nas mudanças que o mercado exige. O mercado caiu sim, mas sem dúvida sua participação percentual nas corridas aumentaram. E ainda, no meu histórico de corridas no aplicativo eu tenho os dados do Josivan, podendo o contratar porteriormente. Não é a toa que uma empresa brasileira que desenvolveu o aplicativo Truckpad que une caminhoneiros a cargas, foi eleita a Start up mais promissora do mundo em um concurso que aconteceu no Vale do Silício na Califórnia em 2014. O Truckpad já fatura mais de 100 milhões por mês em uma interface cliente <-> caminhoneiros. Teríamos muito pra falar ainda de aplicativos e oportunidades como o UBER que aterroriza os táxistas e já está em mais de 320 cidades, o AIRBNB, 99 Motos etc. O fato é que essa forma de fazer comércio através dos aplicativos encurtando a cadeia entre cliente e fornecedor é a nova lei do mercado! Não adianta ir contra. É uma tendência mundial, assim como foi a internet com as lojas virtuais. Alguém aí imagina lojistas indo para as ruas querendo fechar os sites Mercado Livre, Amazon ou Americanas.com? Ahhh. Ia esquecendo de comparar com o segundo motorista de taxi... Mas você já sabe, ta reclamando da crise e da Dilma.