terça-feira, 16 de novembro de 2010

Quem precisa de um IPAD?


A Apple nunca esteve tão na moda! O IPOD superou o walkman da Sony como o eletrônico de amplo consumo mais vendido em todos os tempos, o Iphone desde 2007 encabeça a lista de objetos de desejos. Agora a Apple experimenta com o IPAD um novo sucesso de inovação e vendas.
Recentemente adquiri o modelo 3G + Wifi + 32GB, o equipamento impressiona pela beleza e funcionalidade. Ao ligar o IPAD, apenas 3 segundos depois, já podemos navegar na internet. A tela é enorme e de excelente resolução, impressiona ainda pela duração da bateria, cerca de 10 horas em uso contínuo. Questiono-me se o IPAD estaria criando uma nova necessidade de consumo, ou se substituirá algum outro equipamento?
Descrevendo um pouco minha experiência; já no primeiro dia me ocupei em navegar na internet, digitar textos, e alterar planilhas com o "documents to-go", aplicativo que permite baixar, criar e alterar arquivos do Excel, Power Point e Word com poucas incompatibilidades. Uma aplicação especial me chamou atenção, o aplicativo FlipBoard dá uma idéia de como poderão ser criados os jornais ou mesmo revistas de fofocas em pouco tempo, o aplicativo agrega dinamicamente um PDF com fotos e notícias baseadas nas informações disponibilizadas pelos seus amigos do twitter, facebook, etc.
A banda larga do meu 3G me permitiu ver vídeos confortavelmente e com poucos cortes no Youtube. Através de aplicativos específicos, baixei em 4 clicks as revistas Veja e Época ao valor de US$ 4,99 cada.
Por um dia experimentei deixar o notebook em casa e sair apenas com o IPAD, de pronto uma grande alegria, troquei o peso da minha mochila, por uma pequena pasta, entretanto, já nas primeiras horas senti falta dos meus muitos gigas de informações, que não pude transportar para o IPAD em virtude do seu disco diminuto de 32GB e da falta de uma porta USB; pontos mais fracos do equipamento. Não estar com esses arquivos me impediu de responder alguns e-mails de trabalho..
Outro ponto que me incomoda na Apple é que, embora produza equipamentos com design altamente sofisticados, ela os faz de forma que é totalmente inviável mantê-los fora das capas em virtude da sua alta fragilidade. Você compra um lindo Iphone ou IPAD e certamente o protegerá em uma capa produzida por um terceiro que não tem os mesmos critérios de design da Apple. Incomodou-me ainda o fato do IPAD não rodar páginas em flash, isso me impediu de acessar o site da minha corretora e um site de emissão de notas fiscais eletrônicas.
Conversando com amigos entusiastas do IPAD, alguns citaram que ele substituiu o seu notebook na diária, um outro me disse que estou completamente errado sobre o propósito do gadget, "ele é para ler livros", já um outro me disse que é pra ler livros, mas sempre que segura o IPAD na mão, lembra que tem que ver o e-mail, acessar o Twitter etc.
O fato é que não se trata apenas de um leitor de livros. Com sua facilidade de acesso a internet, GPS, Bluetooth e uma vasta gama de aplicativos, o IPAD vai muito além. Provavelmente substituirá o netbook. Mas acredito que o maior concorrente dos tablets ainda serão os smartphones. Uma vez que, principalmente o Iphone, permite executar praticamente todas as funções do IPAD com a vantagem de caber no bolso. Desculpem-me os donos de Blackberry, usei o aparelho por três anos e sempre fui fã, até fiz o upgrade para a versão mais nova, o Bold 9700, mas após navegar por muitos dias na Apple Store baixando aplicativos e Podcasts para o IPAD e conhecendo a agilidade do navegador internet Safari, não tive dúvidas em trocar meu bold por um Iphone 4. Me faz muita falta acessar a agenda de compromissos e ou a agenda de contados em apenas um click, mas a gama de aplicativos disponibilizados pela Apple compensam a perda desta funcionalidade.
Por fim, a Apple já não está sozinha no mercado de tablets, o kindle da Amazon, pioneiro, mas com configuração bem inferior ao IPAD, concorre agora também com o Toshiba - Folio 100, Samsung Galaxy Tab, entre outros com configuração similar ou até superior ao IPAD da Apple. As previsões de vendas de até 15 milhões de IPADs em 2010 e 45 milhões em 2011, não deixam dúvidas que os tablets vieram pra ficar, talvez como uma "futilidade de primeira necessidade"!

Artigo publicado na edição de Novembro da Informática em Revista (www.Informaticaemrevista.com.br)

Erico Fernandes
Consultor Certificado PMP, ITIL, COBIT Foundation e Oracle
Erico.Fernandes@ivia.com.br