sábado, 19 de março de 2011

Quão ágil é você?



O grande desafio de toda empresa é entregar um projeto dentro do prazo, custo e escopo, acertado inicialmente com o cliente. Diversas pesquisas mostram que aproximadamente 90% dos projetos falham por não cumprir com os requisitos previamente estabelecidos; dos quais 80% dos projetos falham por não cumprir com o escopo.
Esses números servem de alicerce para o surgimento de diversas técnicas de gestão de projetos. A mais nova “menina dos olhos” do setor trata-se da Gestão de projetos baseado no modelo SCRUM. De forma sucinta, a metodologia ágil prega que não temos como determinar no início de um projeto o seu prazo, escopo e custo; sendo conhecidas apenas no final do projeto.
Na prática a metodologia propõe a subdivisão do projeto em “macro atividades”, que devem ser priorizadas em ordem cronológica de acordo com sua importância e só então iniciar o projeto, subdividindo as primeiras macro atividades em tarefas/entregáveis, que devem ser cumpridas em ciclos de até quinze dias (conhecidos como sprints). Assim, finalizada uma macro atividade, é que se deve passar para a outra macro atividade com um novo detalhamento em tarefas.
Um ponto interessante do SCRUM consiste em recomendar que todas as atividades devem ser colocadas em um quadro físico na sala do projeto, bem ao estilo flanelógrafo, onde cada tarefa é escrita em um post-it e pregada seguindo a ordem de - A fazer | Em andamento | Concluída | Impedida. De forma que em cada post-it é descrita uma tarefa com sua complexidade e o responsável por sua execução. Sem dúvida uma excelente ferramenta de comunicação, uma vez que todos os participantes do projeto podem, a qualquer momento e de maneira muito fácil, visualizar em que os demais integrantes estão trabalhando. O SCRUM institui ainda a prática de reuniões rápidas e diárias de acompanhamento das tarefas com toda a equipe.
Acredito que o ponto fraco da técnica está no fato de que os clientes não estão habituados a comprar coisas abstratas. Quantos iniciam um projeto sem saber o prazo de conclusão e o custo final? Por este motivo, a técnica que procura já no início do projeto detalhar todas as atividades dentro de uma escala de tempo e recursos necessários, como a determinada no PMBOK do PMI, continua sendo a adotada como base para preparação de orçamentos ou mesmo no direcionamento das empresas na busca pelas certificações internacionais que determinam o nível de qualidade e experiência da empresa no desenvolvimento de softwares, os certificados CMMI e MPS.BR.
Alheio às discussões, quase que religiosas sobre o tema, todos concordam que um bom projeto de software deve contar com a participação efetiva do cliente, através de uma correta especificação dos requisitos e uma indispensável validação das entregas; sempre realizadas em ciclos curtos. Entretanto, existe um longo caminho até que a jovem indústria de software passe realmente de uma metodologia em sua maioria “artesanal” para efetivamente Engenharia de Software.

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