domingo, 16 de outubro de 2011

A década do Brasil. Oportunidades e desafios.

Com Afif Domingos no F&I Meeing
Esta semana tive a grande oportunidade de assistir a palestras do Afif Domingos, vice-governador de São Paulo e do Octavio de Barros, economista chefe do bando do Bradesco, sobre a visão de futuro da economia brasileira e mundial.
Ambos compartilham opiniões semelhantes. Que resumi e repasso a vocês neste artigo:
O mundo está em crise e esta crise afetará o Brasil.
No entanto, a crise na Europa não tem razão de ser. É simplesmente política e acontece em virtude da dificuldade da região do Euro em tomar decisões econômicas rápidas, já que necessitam da unanimidade dos 17 países integrantes da zona do euro para qualquer decisão. O que acaba transformando a Europa em um gigante lento e burocrático.
Já o EUA enfrenta uma crise de credibilidade política do governo Obama, com os republicanos tentando voltar ao poder.
Pelos próximos anos EUA e muitos países da Europa terão crescimento do PIB zero ou negativo.
É aí que acontecem as grandes oportunidades para o Brasil. Com crescimento estimado entre 3.5 e 4% do PIB nos próximos anos, pouco se comparado a 2010 (5,5%), mas muito se comparado ao resto do mundo, teremos a oportunidade de colocar o Brasil na tangente do crescimento mundial.
Esse crescimento acontecerá em virtude da forte DEMANDA existente hoje no Brasil e a fraca demanda no restante do mundo.
De acordo com Afif Domingos, existe muito dinheiro e poucos projetos para se investir no mundo.
A palavra chave é DEMANDA. O Brasil tem demanda por aeroportos, rodovias, portos, carros, hotéis, metrôs etc. A copa do mundo acorda o Brasil para a forte necessidade de investimentos em infraestrutura.
Mas nem tudo é prosperidade, embora a previsão de taxas de desemprego cada vez menores para os brasileiros, a atividade industrial mundial enfrenta forte desaceleração, em virtude da queda de consumo e o consequente excesso de estoque em todos os setores. O que acaba pressionando a entrada de produtos importados no país e comprometendo a indústria brasileira.
Conforme colocado, ao contrário de 2008, a crise não é financeira. O mundo inteiro está com dinheiro para investir onde cresce o PIB. Basta que o governo acorde e trabalhe forte para promover as parcerias público privadas (PPP). Uma vez que depender apenas do investimento público é esperar pelo incerto.
Claro que o cenário de forte demanda não existe apenas para o Brasil, todos os países emergentes possuem características semelhantes. Estamos concorrendo com eles na captação de investimentos. Principalmente com os países do BRIC.
O crescimento dos emergentes é outra oportunidade para o Brasil, uma vez que, 70% da exportação brasileira é de comodites, das quais, 68% desta exportação vai para os emergentes. Com isso Barros brinca: “O Brasil é um dependente químico da China"!

O Brasil tem muita demanda, mas com uma legislação tributária e trabalhista anteriores a queda do muro de Berlin, o país segue perdendo competitividade e precisando de medidas protecionistas, a exemplo do recente aumento de IPI para veículos não produzidos no Brasil.
Por todo o exposto, estamos em um momento único para o país, a agilidade dos governos poderão deixar o Brasil pronto para um período de bonança que deverá vir quando os países em crise voltarem a suas atividades normais em 2014 ou 2015.
Temos que trabalhar forte e não podemos perder esse importante momento para o país. Do contrário, cairemos na retórica: O Brasil é o país do futuro, e sempre será!

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